Mulheres no Campo: Com Adriana Santos

segunda-feira, Setembro 30, 2019
Adriana Santos nos conta como é seu dia-a-dia como operadora da S550 da John Deere

 

 

Dia de sol, início da primavera, equipamento revisado e pronto para dar início a mais um dia de trabalho. Sempre com um sorriso no rosto e muita disposição, a expressão “homem do campo” começa a se ampliar e não se limita apenas ao sexo masculino, ela também é usada para aquelas que são mãe de família, usam rosa e mesmo com toda brutalidade do agronegócio conseguem com serenidade e beleza, conquistar estes novos espaços. Foi com esta determinação e com este sorriso, que fomos recebidos pela operadora de máquinas Agrícolas Adriana Santos Pires Augusto de 32 anos de Mamborê, cidade do Interior do Paraná que há 6 anos trabalha junto com o marido na colheita de grãos como prestadores de serviços rodando Brasil a fora, operando a colheitadeira S550 da John Deere.

 

A luta das mulheres para conquistar seu espaço no mercado de trabalho e a busca por uma sociedade mais igualitária é algo que vem se consolidando ao longo dos anos por mulheres como ELA, e hoje, é possível notar uma grande diferença, principalmente na agricultura, Adriana é uma mulher admirável. Confira o seu depoimento na entrevista abaixo!

 

M.A. Máquinas:  Qual maior dificuldade da sua profissão?

Adriana: Preconceito!! (...) Nós fomos para Mato Grosso e quando estávamos fazendo o contrato com a fazenda, meu marido, comentou com a pessoa que estava nos contratando “oh minha esposa é operadora então eu preciso de um alojamento”. Aí quando isso já estava tudo em contrato, chegamos na fazenda, o gerente falou que ele não sabia de nada daquilo e que a fazenda não estava preparada para me receber.

Meu marido falou que não ficaríamos lá e iriamos colher em outro lugar. O gerente falou para que esperássemos que ele daria um jeito. Nos arrumou uma casa, para nossa turma, e como somos conhecidos e nos respeitamos ficamos todos juntos no mesmo local.

Quando estávamos finalizando a colheita naquela propriedade, chegou a hora de partir para outra região, e meu marido informou que levaria primeiramente a minha máquina para dar início ao outro contrato, o gerente não queria que eu saísse, pois era a que mais colhia.

Risos (...) Aí já assinamos contrato para o próximo ano.

M.A. Máquinas: Hoje você trabalha com uma colheitadeira de grande porte, a S550 da John Deere, mas você já trabalhou com outras máquinas?

Adriana: Operei sim, uma vermelha.

M.A. Máquinas: E aí? Vamos falar disso? Como foi?

Adriana:  A JD pensa no conforto de quem está trabalhando na máquina, as concorrentes não. Ela aguenta o tranco, mas eu sou suspeita, Meu coração é Verde!

M.A. Máquinas: O que você fazia antes de entrar nesta profissão?

Adriana: Trabalhei em restaurante, de garçonete e sou vendedora de lingerie até hoje (...) e só (...).

M.A. Máquinas: Você já operou outras máquinas ou só colheitadeira?

Adriana: Já plantei, mas prefiro a colheitadeira mesmo.

M.A. Máquinas: E você fez algum curso ou foi aprendendo dia-a-dia mesmo?

Adriana: Eu fiz só um de manutenção básica, falta muita oportunidade de cursos para as mulheres nessa área.  

M.A. Máquinas: E como é seu relacionamento com os colegas de trabalho, claro seu marido está junto, mas tem cantada, tiram sarro?  

Adriana: Nunca ninguém mexeu comigo na roça, mas (...) já me falaram que meu lugar era lavando e cozinhando. Me dava raiva, mas ficava quieta. Sempre tive na cabeça que era isso que eu queria. Hoje tenho bons colegas de trabalho, eles me ajudam. Minha família também me apoia muito, meu irmão queria que eu estudasse e minha irmã fala: “Adriana faz o que você gosta, se você quiser pegar caminhão e se mandar pela rodovia, você faz isso, você gosta de máquinas você vai ficar com máquina”. Minha mãe me admira muito, meu pai é tranquilo e aceita bem.

M.A. Máquinas: Quando e como você começou nesta profissão?

Adriana: Eu levava marmita para meu marido, fazia almoço de manhã e não ele levar pra comer fria, eu tinha uma moto na época, que me ajudava a chegar mais rápido. Enquanto ele almoçava, eu pegava a maquina e colhia, e assim começou.

M.A. Máquinas: Muita mulher tem esse sonho, o que você deixa de mensagem?

Adriana: A vida é uma só, se a gente ficar parada esperando que as coisas vão cair do céu ou que a oportunidade de serviço vai chegar e bater na minha porta perguntando se eu quero trabalhar, isso nunca vai acontecer, então é correr atrás do que gosta que uma hora chega a oportunidade como chegou pra mim. Mas, eu fiz a minha oportunidade.

Por Julianne Tozo de Camargo – Gerente de Marketing & Customer Experience da M.A. Máquinas Agrícolas

 

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